Provérbio
Há, algures, um provérbio que diz assim:
se queres educar uma criança precisas dum povo. Coisa difícil. Vivemos um tempo
em que encomendamos a uma classe especializada — amas, educadoras, professores,
gurus, treinadores... — a nossa responsabilidade de educar. Dispensamos o povo,
isto é, a comunidade de identidade, e entregamos as crianças a uns oficiais,
digo aos profissionais da educação. Mas como educar nasce do coração e não
apenas da razão e do título de competência a coisa pode dar para o torto. Estes
dias lia num jornal espanhol um cartoon (desenho). Dois rapazes vão falando
pela rua:
-- Não digas baboseiras. Se os Reis
Magos existissem estariam na internet., diz um.
-- Não necessariamente; os meus avós
existem e não estão na internet, estão num lar.
-- Boa. Como sabes?
-- Porque um dia fugiram e
encheram-me de beijos.
Realmente cada vez é mais difícil
educar.
Vimos, a meu ver, cometendo no mínimo
dois erros: primeiro, entregamos os nossos filhos à tal classe especializada.
Mas esta nem sequer educa os seus filhos, pois os reencaminha pela mesma via
que seguem os nossos. Como poderá ela educar os nossos filhos se não educa os
seus? Segundo erro: limitamos o acesso das crianças ao conjunto do povo. O
diálogo que transcrevi é disso sinal. Dividimos a sociedade (e a família) em
secções: secção um: os que produzem; secção dois: os que já não produzem;
secção três: os que produzirão no futuro. Por vezes parecem secções estanques,
sem comunicação. E como o povo anda separado é difícil ensinar o que é um beijo
e aprendermos (porque nós também andamos a aprender) que os beijos são a
maneira como os velhos nos educam.
Futuro
Antes do Ataque à América os jornais
falavam dos meninos católicos da Irlanda do Norte que para ir à escola tinham
de ser escoltados por soldados. Se nos olhos dos meninos de seis e sete anos
semeamos balas e camuflados que esperamos colher dentro de quinze ou vinte
anos?
Nos desenhos do Luis Afonso é que está a
razão. Antigamente os avós contavam histórias e mantinham viva a memória da
história que parecia demorar em passar. Agora parece que contam coisas mais
práticas. Por alguma razão o Luis A. desenhou dois avôs na cadeira de rodas. Um
é palestiniano, o outro judeu. O palestiniano ensina o neto a escolher pedras e
como se colocam e atiram com a funda da Intifada; o judeu ensina a armar uma
metralhadora e a disparar contra os árabes. Já nem nos avôs se pode confiar...
O melhor é educar as crianças com um
povo inteiro por mestre.
Efeitos
O Ataque à América, para além da enorme
depressão e do que não sabemos estar ainda para vir, teve algumas consequências
interessantes. Por alguma razão o discurso oficial diz mais ou menos que se deu
um empate técnico. Morreram seis mil pessoas ou perto disso, é verdade, mas, o
orgulho da jovem nação americana saiu reforçado; a solidariedade subiu para o
seu lugar, o primeiro; Deus está mais presente.
São vários os sintomas do reforço do
patriotismo. Fixemo-nos apenas no epicentro do Ataque. As Twin Towers ruiram
mas o povo anónimo — não todo, claro — quer vê-las reconstruídas e ainda
maiores e mais esplendorosas, ainda mais afirmativas do poderio da única
superpotência.
A solidariedade subiu, vinda de vários
quadrantes, e alguns até inesperados. Chegaram muitas ajudas, vindas de muitos
sectores. Os heróis dos americanos são os bombeiros. São eles quem têm direito
a sentar-se nos bancos dos transportes públicos; para eles abrem-se alas quando
passam a pé pelo meio da multidão; vão para eles as palmas sejam espontâneas,
sejam em cerimónias oficiais. Há, porém, um efeito ainda mais interessante, e
até inesperado. Os novaiorquinos passaram a cumprimentar-se no metro ou no
elevador, falam de si na rua uns com os outros como se fossem conhecidos. E
irmãos são, pelo menos na ressaca da tragédia.
Deus parece, de facto, mais presente.
Aparece presente em discursos que o acusam de ausente. Uns queriam-no tipo big
brother, controlador de tudo e todos; capaz de desviar as Torres antes do
Ataque e de as colocar no sítio depois dos aviões passarem. Outros, como não encontram
formas capazes para dar de beber à dor vão lavá-la ao silêncio das igrejas, à
presença do sacrário, às mesquitas e às sinagogas. Lêem poemas e salmos, cantam
e acendem milhares de velas. Deus anda mais perto de Nova Iorque.
Arquitectura
Depois do Ataque a América deixou de
rir. Naturalmente. Mas o Presidente já disse que os americanos se podem rir, ou
pelo menos sorrir. É mais um efeito sintomático. Há, contudo, outros lugares de
reflexão da qual o futuro se encarregará de recolher os frutos.
Vai ser necessário repensar as cidades
como lugares de mega-concentração de pessoas e consequentemente — ainda que nem
sempre visível — de declínio da qualidade de vida.
Vai ser necessário repensar a
arquitectura vertical. Eu que estou convencido que reconstruirão as Torres
teria muitas dúvidas em lá viver. Prevejo uma fuga para o campo. Vai ser
necessário repensar uma nova ideia de cidade e de organização das pessoas. Como
manter os mesmos níveis de eficácia sem a concentração de pessoas e de serviços
que se verificam nas cidades? Como pensar as cidades do futuro?
Vai ser necessário repensar a segurança
das sociedades, até porque ninguém duvida daquilo que nos apresentam como
evidência: a falha de segurança. Sem xenofobias é necessário pensar nos que
estão dentro, nos que são de dentro. Até porque, por vezes, desde este dentro
se comanda o mundo. E ninguém gosta dum punhal apontado ao coração quando tem
de decidir.
Os momentos de crise são fonte de
crescimento. Diz-se que quem tropeça e não cai anda mais rápido. A ver vamos se
é o caso.
1’ de sabedoria
O Mestre tinha um discípulo de quem
gostava mais do que todos os outros, o que despertou o ciúme nos companheiros.
O Mestre — que conhecia os corações —
deu-se conta disso.
-- É superior a vós em cortesia e em
inteligência, disse-lhes. Façamos uma experiência para que o
compreendais.
O Mestre ordenou então que lhe
trouxessem vinte pássaros, e disse aos discípulos:
-- Pegai cada um num pássaro, levai-o
para um lugar onde ninguém o veja, matai-o e trazei-mo cá.
Todos os discípulos saíram, mataram os
pássaros e tornaram a trazê-los. Todos... menos o discípulo favorito, que
devolveu o pássaro vivo.
-- Porque não o mataste?,
perguntou o Mestre.
-- Porque o Mestre disse que tinha de
ser num lugar onde ninguém nos visse., respondeu o discípulo. Ora, em
todos os sítios onde fui Deus estava a ver.
--Vedes?, contestou o Mestre. Vedes
o grau da sua compreensão? Comparai-o com os outros.
E os
discípulos pediram perdão a Deus.
Boa noite MUNDO!!!
Bem, é só para dizer um grande OLá, que estou viva e que me lembro muito dos
amigos com quem caminho apesar das distãncias, de todos...
Muitas beijocas a até qualquer dia (quando menos se esperar...)
Só quem tem paz em seu coração pode semear a paz! Teresa convida: "Mira que
te Mira" E com o olhar a tranquilizar o que vivemos! Pois "Solo Dios
Basta"...
È importante que haja apoio mutuo dos amigos ...de Deus!
Bem, é só para dizer um grande OLá, que estou viva e que me lembro muito dos
amigos com quem caminho apesar das distãncias, de todos...
Muitas beijocas a até qualquer dia (quando menos se esperar...)
Só quem tem paz em seu coração pode semear a paz! Teresa convida: "Mira que
te Mira" E com o olhar a tranquilizar o que vivemos! Pois "Solo Dios
Basta"...
È importante que haja apoio mutuo dos amigos ...de Deus!
[17 de Outubro de 2001]
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