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terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Jesus nazareno, Rei dos Judeus


Celebramos neste último domingo do Tempo Comum a Solenidade de Cristo Rei do universo e com ela terminamos o Ano Litúrgico.
«Rei de Israel», «Rei dos judeus», «reino do Filho» são expressões com que a liturgia deste domingo nos recorda a gozosa realidade de Jesus Cristo, nosso Senhor e Rei do universo.
O cartaz que estava na cruz onde Jesus morreu para nos salvar, anunciava: «Jesus nazareno, rei dos judeus». Historicamente o título de rei dos judeus surge com David, de quem Jesus descendia segundo a carne.
O apóstolo Paulo recorda-nos que pela obra salvadora de Cristo somos cidadãos do Reino do Filho: «
O Pai transferiu-nos para o reino do seu muito amado Filho, no qual temos a redenção, o perdão dos pecados

DAVID, REI DE ISRAEL

Os israelitas conquistaram a Terra Prometida em finais do séc. XIII aC, sob o comando de Josué. A conquista foi progressiva e muito demorada. Quando foi considerada concluída procedeu-se à distribuição das terras pelas tribos de Israel. Seguiu-se algum tempo de paz e autonomia. As uniões entre as tribos eram esporádicas e com um intuito: defender-se de agressões externas. Apesar de tudo, durante este período foi aparecendo uma diferenciação: por um lado, as tribos do Norte; por outro, as do Sul.
Quando Samuel ungiu David como rei, fê-lo só sobre as do Sul: Judá, Benjamin e Efraim. E sobre elas governou sete anos.
Mas David era duma personalidade extraordinário, tinha voz de comando e génio militar que o levaram à conquista da fortaleza de Jerusalém, considerada inexpugnável. Os êxitos induziram as tribos do Norte a proclamá-lo rei, e assim foi.
Foi um passo decisivo para Israel: Com David, pela primeira vez, alcançava-se a unificação das Doze Tribos. Havia agora um só rei, um só comando político-militar.
Jerusalém era capital.
O reinado de Cristo é continuação do de Israel; está igualmente composto por doze tribos, sob um único rei com capital em Jerusalém, a capital dum reino messiânico, inaugurado na Cruz.
JESUS, REI DOS JUDEUS

Jesus morre na cruz porque era rei. Rei dos judeus. Esse motivo foi denunciado aos habitantes de Jerusalém e aos peregrinos da Páscoa do ano 30, por um cartaz em hebraico, latim e grego.
Mas que judeu aceitaria um crucificado como rei? Tal ignomínia era inaceitável, por isso as autoridades judias pediram a Pilatos que mudasse o texto. Pilatos, respondeu: «
O que escrevi, está escrito». E muitos se riram...
Dentre todos, somente um dos ladrões percebeu que o reino desse Crucificado tinha um estilo outro, diferente dos da terra. Por isso, lhe disse: «
Jesus, lembra-te de mim quanto estiveres no teu Reino». Na verdade o título de rei é verdadeiro, mas remete-nos para um Reino diferente: um Reino de verdade e de vida, de santidade e de graça, de justiça, de amor e de paz.
Jesus foi crucificado pelos poderes do mundo. É assim o seu jeito de anunciar o seu Reino de Amor!

O REINO DO FILHO

Pelo sacramento do Baptismo o Pai chamou-nos à fé e por ela inseriu-nos no Reino do seu Filho. O filho é Jesus de Nazaré, o Crucificado, que agora vive ressuscitado e glorioso, como vencedor! O seu Reino já não é duma só raça ou dum só povo, nem só do íntimo dos corações. É um Reino de todos o cosmos e de toda a criação, porque «por Ele foram criadas todas as coisas; tudo foi criado por Ele e para Ele».

Para o Filho o título de rei é a sua verdade. Ele é Rei! Ele é o Rei! Nada está fora do seu reinado e poderio, nem o tempo nem o fora de tempo. Ele é o Rei do Universo. Ele é o rei da história, é Ele quem orienta os acontecimentos humanos para o seu fim. É o Rei de cada homem e cada mulher; reina sobre eles pela fé e pela esperança, pela caridade e pela justiça, pela paz e pela solidariedade.


[25 de Novembro de 2007]

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