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segunda-feira, 2 de junho de 2008

Prece pelas minhas dores

Nesta tarde, Cristo do Calvário,
vim pedir-Te pela minha carne enferma.
Mas ao ver-Te, os meus olhos vão e vêm,
do teu corpo ao meu corpo com vergonha.

Como hei-de queixar-me dos meus pés cansados,
quando vejo os Teus despedaçados?
Como hei-de mostrar-te as minhas mãos vazias,
quando as Tuas estão cheias de feridas?

Como hei-de falar-Te da minha solidão?
quando Te vejo só e levantado na Cruz?
Como hei-de dizer-Te que não tenho amor,
quando vejo rasgado o Teu coração?

Agora, já de nada me lembro,
todos os meus queixumes se afastaram.
A ânsia de pedir que eu trazia
afoga-se-me na boca pedinchona.

E já só peço nada Te pedir,
estar aqui, junto da Tua imagem morta,
ir aprendendo que a dor é só
a chave santa da Tua santa porta.

(Autor desconhecido)

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