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segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Second Life

O dia foi duro? Sentes-te ameaçado? Todos te pegam? O trânsito foi impossível? O patrão foi mais uma vez horrível? O emprego não é gratificante? Não há para onde fugires? Andas oprimido, obcecado, desiludido? Bem, só te falta então a proximidade dum computador ligado à Net. Por ali já é possível fugir à crueza da realidade: não te molhas nem te constipas, não sofres nem é oprimido, e sobretudo podes ser quem tu sonhas que és, e sem responsabilidades. É o mundo virtual da Second Life; ela permite-te fugir à realidade. Ali, tu podes criar o teu mundo fictício, onde a existência obedece a uma regra: podes viver uma vida diferente daquela que tens.
Em meados de 2007 a comunidade da SL (que até possui uma moeda!) era composta por mais de oito milhões de utentes-residentes!, e este é um fenómeno que está no início. Começou em 2003.
A SL supõe um mundo criado em três dimensões. É um universo paradisíaco, com ilhas fantásticas, belas montanhas, mares extasiantes, negócios, restaurantes, casinos e igrejas. A SL não é um jogo, mas uma proposta de viver outro avatare, uma segunda vida. Ali tudo é possível, desde que se fuja do mundo real e onde não se é responsabilizado pelos próprios actos.
A realidade da SL, ainda tão estranhamente nova, é um grande desafio para a Igreja e um verdadeiro campo de missão, visto que por detrás da ficção e da fantasia vivem homens e mulheres reais, homens e mulheres que na sua caminhada buscam a Deus e a quem Deus amorosamente busca. Teria São Paulo rejeitado tal areópago? Teria recusado pregar ali a Palavra de Deus? Se são muitos os que ali se refugiam, porque haveríamos nós de fugir dali esvaziando de presença cristão um lugar — ainda que virtual — que se pode encher de Deus?
Na verdade, não falta quem assuma a SL como uma Nova Terra, uma terra digital, cujos mares deverão ser sulcados pelas novas caravelas da fé, para que verdadeiramente chegue ao fim do mundo a única Palavra que é real e verdadeira.

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