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terça-feira, 15 de janeiro de 2008

O Papa «malinteso»

O papa Bento XVI não é tão intocável como João Paulo II. Não há gesto que tenha que não seja logo duramente criticado. Digo criticado, não digo compreendido.
No passado domingo, Festa do Baptismo do Senhor, baptizou 13 bébés filhos de servidores do Vaticano. Na Eucaristia que celebrou seguiu o rito pré-conciliar, isto é de costas para a assembleia. «Para respeitar o conjunto da jóia arquitetónica», justificou o Vaticano. Não há quem não critique: «É um regresso ao passado»; «é um passo mal dado»; «já não se pode celebrar assim».
Da única vez que assim tive de celebrar — porque não havia mesmo outro altar — Não me deu jeito. É de todo desconfortável. Mas compreendo o gesto do Papa. Há na Igreja quem assim queira celebrar. E se a queremos Universal havemos de aceitar que assim se possa celebrar. Quererão proibir o Papa de o fazer? Gostariam que se lhes impusesse este ou aquele modo? Por isso, ainda bem que o fez.
Mas, isso não tira que seja «malinteso», quer dizer incompreendido.
Razão tinha o conselho de Santa Teresa de Jesus: «Faz-te amar e far-te-ás obedecer». Não teve tempo, e já não o terá.

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