As boas festas da Estrela
Rabuda
O meu cartão
de Boas Festas aos leitores do jornal A Verdade será este que segue junto ao
texto. Não é um cartão habitual e na minha perspectiva dispensaria palavras.
Mas por ser tão inusual direi que ofereço uma Estrela Rabuda (nome que em
algumas terras dão à estrela que guiou os Magos até ao presépio) cujo interior
guarda um labirinto. À entrada do labirinto estão três personagens; à saída do
labirinto estão três cruzes.
Não parece
cartão de Boas Festas, pois não? Mas a Estrela Rabuda não engana. Ela é, essa
parece-me ser a mensagem, a luz que ilumina o Natal e a Páscoa. E nos ilumina a
nós entre o nosso natal e a nossa páscoa!
Diz o povo
que escreve Deus direito por linhas tortas; ou, direi eu, escreve a historia de
Jesus, a Luz que nos guia, nos labirintos da história dos humanos. E embora os
errados caminhos da humanidade sejam o labirinto de linhas onde se inscreve
Jesus, a verdade é que este é um labirinto de Luz porque por ali passa Jesus. A
Luz orienta Jesus e orienta-nos desde o Nascimento e Morte.
A luz é
Jesus!
Na
Sexta-feira Santa as lágrimas impedem-nos de ver luz num dia tão escuro como o
dia da cruz. Mas o dia tenebroso só tem sentido, como só tem sentido o dia
luminoso, se a luz for Jesus!
Há nestes
jogos que costumam surgir nas páginas dos passatempos dos jornais uma tarefa
que se torna obrigatória a quem a lê. Depois de passearmos os olhos pelas
páginas das notícias e de comprometermos o coração e a razão com tanta notícia
nem sempre boa alguns jornais oferecem-se para nos fazer passar ainda mais
tempo. A tarefa proposta é a de ir desde uma origem a um fim guiando alguém
aparentemente perdido pelo contexto de linhas escritas por mão todo-poderosa
e sábia.
Curioso que
aqui a mão humana obstaculize o caminhar divino! Sim, porque aqui no labirinto
da Estrela Rabuda é mesmo Jesus no seu Natal entrando nos labirintos da
história humana que inapelavelmente O levarão à cruz!
Pegue o
amigo leitor ou leitora num lápis e mostre o caminho a Jesus. Mas primeiro,
feche os olhos e lembre aqueles tempos pequeninos em que tudo nos parecia
demasiado grande. Recorde aqueles tempos em que começamos a aprender a rabiscar
e depois a transformar rabiscos que só nós entendíamos em letras entendíveis
por todos. Recorda-se de quando a mão do professor, da mãe ou do pai segurava a
nossa para nos guiar no desenho da redondez do ‘a’? Pois, então, feche os
olhos. Não importa que não veja a Estrela Rabuda! Está a imaginar o labirinto?
Sim, o labirinto da Estrela Rabuda? Sim, o labirinto da vida? Pronto. Então
agora aceite percorrer o labirinto. Você está de olhos fechados, a sua mão vai
guiando Jesus pelo labirinto da sua vida. Mas não esqueça: se vai guiando Jesus
é porque a mão de Jesus guia a sua mão!
Isso é
Natal! Jesus vindo ao seu labirinto, você sendo levado (levada) por Jesus!
Isso é
Natal! A luz vindo sobre as chagas dum povo ferido e sobre os ombros dos
paralíticos incapazes de caminhar!
Isso é
Natal! A luz já se vislumbrando nas covas sem luz dos cegos e já se anunciando
nas poderosas trombetas interiores que só os surdos atentos à Palavra ouvem.
Feliz Natal!
[12 de Dezembro de 2001]
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